As últimas notícias que nos chegam da África do Sul são para lá de preocupantes - são um abalo grave para quem acredita que, para além dos traumas profundos por que passou aquele país e dos problemas monumentais de que sofre, a África do Sul será ainda um grande país africano.
Os motivos dos linchamentos e da selvajaria (não me ocorrem outras palavras, mas mantenho-me, como sempre, receptivo a sugestões) não são importantes para quem olha para esta questão da perspectiva da política externa portuguesa. A etno-antropo-economo-sociologia fará o seu trabalho nesse campo; neste caso, para Portugal (no meu entender), isso não importa.
Preocupa-me a grande quantidade de portugueses, luso-descendentes e lusófonos em geral (moçambicanos, claro) na África do Sul. São comunidades muitíssimo vulneráveis a este género de desordem (são estrangeiros, são ou trabalhadores pouco qualificados ou donos de bens "saqueáveis" (pequeno comércio, distribuição alimentar).
Preocupa-me, caso esta fúria continue a fazer vítimas entre estrangeiros pobres, ou caso mude de direcção, como o vento, contra os brancos, que as autoridades portuguesas no terreno pouco ou nada possam fazer. E deveriam poder fazer: há planos de contingência para estas situações? Planos de evacuação ou de repatriamento, necessariamente organizados com as autoridades sul-africanas (não se pode mandar 2000 GOE para Joanesburgo)? E quando cenas destas se repetirem em países que não têm a infra-estrutura bastante razoável da África do Sul?
E daqui a 2 anos, quando a África do Sul receber o Mundial de futebol?
Fica aqui o link para uma notícia do Público: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1329393 e outra do The Times Online: http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/africa/article3960471.ece
terça-feira, 20 de maio de 2008
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