quinta-feira, 29 de maio de 2008

Why we love the States

Não será se calhar o melhor e mais memorável post, mas não resisti... Esta pequena blague ilustra bem a grandeza dos EUA:

Why did the chicken cross the road?

BARACK OBAMA:The chicken crossed the road because it was time for a CHANGE! The chicken wanted CHANGE!

JOHN McCAIN:My friends, that chicken crossed the road because he recognized the need to engage in cooperation and dialogue with all the chickens on the other side of the road.

HILLARY CLINTON:When I was First Lady, I personally helped that little chicken to cross the road. This experience makes me uniquely qualified to ensure -- right from Day One! -- that every chicken in this country gets the chance it deserves to cross the road. But then, this really isn't about me.......

OPRAH:Well, I understand that the chicken is having problems, which is why he wants to cross this road so bad. So instead of having the chicken learn from his mistakes and take falls, which is a part of life, I'm going to give this chicken a car so that he can just drive across the road and not live his life like the rest of the chickens.

GEORGE W. BUSH:We don't really care why the chicken crossed the road. We just want to know if the chicken is on our side of the road, or not. The chicken is either against us, or for us. There is no middle ground here.

COLIN POWELL:Now to the left of the screen, you can clearly see the satellite image of the chicken crossing the road...

JOHN KERRY: Although I voted to let the chicken cross the road, I am now against it! It was the wrong road to cross, and I was misled about the chicken's intentions. I am not for it now, and will remain against it.

MARTHA STEWART:No one called me to warn me which way that chicken was going. I had a standing order at the Farmer's Market to sell my eggs when the price dropped to a certain level. No little bird gave me any insider information.

JERRY FALWELL:Because the chicken was gay! Can't you people see the plain truth?' That's why they call it the 'other side.' Yes, my friends, that chicken is gay. And if you eat that chicken, you will become gay too. I say we boycott all chickens until we sort out this abomination that the liberal media white washes with seemingly harmless phrases like 'the other side. That chicken should not be crossing the road. It's as plain and as simple as that.

BILL GATES:I have just released e-Chicken2007, which will not only cross roads, but will lay eggs, file your important documents, and balance your check book. Internet Explorer is an integral part of the Chicken. This new platform is much more stable and will never cra...#@&&^(C% ..reboot.

BILL CLINTON:I did not cross the road with THAT chicken. What is your definition of chicken?AL GORE:I invented the chicken!

DICK CHENEY:Where's my gun?

AL SHARPTON:Why are all the chickens white? We need some black chickens!

PAUL KAGAME:The French pushed the chicken to the other side of the road. Fortunately we all know what the French are up to.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Preocupações com a África do Sul

As últimas notícias que nos chegam da África do Sul são para lá de preocupantes - são um abalo grave para quem acredita que, para além dos traumas profundos por que passou aquele país e dos problemas monumentais de que sofre, a África do Sul será ainda um grande país africano.

Os motivos dos linchamentos e da selvajaria (não me ocorrem outras palavras, mas mantenho-me, como sempre, receptivo a sugestões) não são importantes para quem olha para esta questão da perspectiva da política externa portuguesa. A etno-antropo-economo-sociologia fará o seu trabalho nesse campo; neste caso, para Portugal (no meu entender), isso não importa.

Preocupa-me a grande quantidade de portugueses, luso-descendentes e lusófonos em geral (moçambicanos, claro) na África do Sul. São comunidades muitíssimo vulneráveis a este género de desordem (são estrangeiros, são ou trabalhadores pouco qualificados ou donos de bens "saqueáveis" (pequeno comércio, distribuição alimentar).

Preocupa-me, caso esta fúria continue a fazer vítimas entre estrangeiros pobres, ou caso mude de direcção, como o vento, contra os brancos, que as autoridades portuguesas no terreno pouco ou nada possam fazer. E deveriam poder fazer: há planos de contingência para estas situações? Planos de evacuação ou de repatriamento, necessariamente organizados com as autoridades sul-africanas (não se pode mandar 2000 GOE para Joanesburgo)? E quando cenas destas se repetirem em países que não têm a infra-estrutura bastante razoável da África do Sul?

E daqui a 2 anos, quando a África do Sul receber o Mundial de futebol?

Fica aqui o link para uma notícia do Público: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1329393 e outra do The Times Online: http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/africa/article3960471.ece

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Wake up and smell the coffee

Parece ser este o sentimento generalizado de quem acompanha a corrida à nomeação democrata para as eleições presidenciais norte-americanas. Hillary Clinton, infelizmente, perdeu. Obama é o escolhido e parece que dirá isso mesmo já amanhã no Iowa, regressando ao Estado que lhe deu a primeira vitória nas primárias e que lhe permitiu apresentar-se como um candidato viável (já que o Iowa é um Estado predominantemente branco).
Hillary, contudo, não parece disposta a aceitar as evidências e a render-se aos factos. Obama lidera no número de pledged delegates, no popular vote e no número de superdelegates. Está a poucas dezenas de votos de conseguir a maioria absoluta na Convenção. Mas, ainda assim, Hillary não desiste. Porquê? Custa-me a acreditar nas teorias mesquinhas de que esta resistência se deve à secreta esperança de que, caso consiga aguentar até 3 de Junho (dia das últimas primárias), Obama a ajude a pagar as contas da campanha. Outros dizem que é agora no cargo de Vice-Presidente que ela se concentra. Outros, finalmente, defendem que ela ainda não foi simplesmente capaz de aceitar que uma campanha que tinha tudo para ser um passeio no parque se transformou num pesadelo político e financeiro. Inclino-me mais para esta última...

A questão que agora se impõe é quem irá concorrer com Obama. John Edwards já pôs de lado essa hipótese, não descartando contudo a possibilidade de vir a ser nomeado Attorney-General e Clinton duvido que queira (já foi nº 2 durante muito tempo). Obama, contudo, sabe que tem de ter um VP capaz de apelar aos grupos mais sensíveis a Edwards e a Clinton: os blue-collar voters, sem educação superior, com pequenos salários, preocupados essencialmente com o estado da economia. Terá de ser um homem branco (uma mulher que não Clinton seria inovação a mais para os eleitores), do Sul dos EUA e com capacidade de mobilizar aquele eleitorado. Se Clinton sair com graciosidade da campanha até pode ser que ajude Obama nessa tarefa.

Um segundo momento em que importa reflectir é a eleição presidencial em si. McCain tem aproveitado este tempo de luta fraticida no Partido Democrático para se ir estabelecendo no campo republicano e para evitar contestações desnecessárias assim que os democratas se entenderem e ele passar a ter um único opositor.

Confesso que a luta Obama-McCain me inquieta e duvido, sinceramente, que Obama ganhe. O factor raça terá certamente uma tremenda influência, mas não será o único. Obama, como se viu recentemente, não sabe reagir a uma campanha à la Karl Rove, que Clinton ensaiou, mas de que logo desistiu. Por outro lado, o reverendo Wright não ficará calado, tal é a sua sede de protagonismo. E a falta de good judgement de um candidato a Presidente que não se apercebeu, ao longo de 20 anos, da natureza do Reverendo (para quem o VIH é uma criação do Governo dos EUA para exterminar os pretos), não deixará certamente de ser abundantemente explorada pelos republicanos. Há, depois, os argumentos que Clinton vem testando sem grande sucesso: falta de experiência política e executiva, a que McCain juntará falta de experiência militar, e incapacidade de ganhar os swing states, que são quem tudo decidirá...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

A Universidade da CPLP

Há cerca de uma semana, com pouco ou nenhum destaque dos meios de comunicação portugueses (que eu visse), o ministro dos Assuntos Exteriores do Brasil, Celso Amorim, anunciou o projecto de criar uma «universidade da CPLP». Esta instituição seria sediada no Nordeste brasileiro e metade das vagas seria para estudantes desse país, enquanto que as demais seriam para os outros PA (africanos e asiático) LOP.

Tem graça. Não estou - longe disso! - contra o projecto de uma Universidade da CPLP, e sei bem a distância que vai das palavras aos actos; mas continuo a ficar assombrado com a displicência com que se lida em Portugal com as escassas oportunidades de exercer soft power naquilo que entendemos como o nosso espaço tradicional de influência e solidariedade.

Por aqui grita-se aqui d'El-rei por um acordo ortográfico que faz desaparecer as sagradas consoantes que não pronunciamos - mas mexermo-nos para que a língua portuguesa não passe a ser padronizada pelo português do Brasil, e atrair a Portugal e às suas causas as camadas jovens e promissoras dos países com quem partilhamos Língua e História? Isso talvez dê trabalho, talvez exija uma política externa não só de cultura como de investimento na imagem e, pior que tudo, despesas. A diplomacia económica é mais para vender rolhas, não é?

Parabéns ao Brasil, então, por aproveitar bem as oportunidades, se este projecto se concretizar. Portugal foi grande assim, e espero (mais: tenho fé!) que Brasil se engrandeça assim também.