Há cerca de uma semana, com pouco ou nenhum destaque dos meios de comunicação portugueses (que eu visse), o ministro dos Assuntos Exteriores do Brasil, Celso Amorim, anunciou o projecto de criar uma «universidade da CPLP». Esta instituição seria sediada no Nordeste brasileiro e metade das vagas seria para estudantes desse país, enquanto que as demais seriam para os outros PA (africanos e asiático) LOP.
Tem graça. Não estou - longe disso! - contra o projecto de uma Universidade da CPLP, e sei bem a distância que vai das palavras aos actos; mas continuo a ficar assombrado com a displicência com que se lida em Portugal com as escassas oportunidades de exercer soft power naquilo que entendemos como o nosso espaço tradicional de influência e solidariedade.
Por aqui grita-se aqui d'El-rei por um acordo ortográfico que faz desaparecer as sagradas consoantes que não pronunciamos - mas mexermo-nos para que a língua portuguesa não passe a ser padronizada pelo português do Brasil, e atrair a Portugal e às suas causas as camadas jovens e promissoras dos países com quem partilhamos Língua e História? Isso talvez dê trabalho, talvez exija uma política externa não só de cultura como de investimento na imagem e, pior que tudo, despesas. A diplomacia económica é mais para vender rolhas, não é?
Parabéns ao Brasil, então, por aproveitar bem as oportunidades, se este projecto se concretizar. Portugal foi grande assim, e espero (mais: tenho fé!) que Brasil se engrandeça assim também.
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