E agora?
Quem me dizia que os referendos sobre política externa não valem o papel que neles se gasta tinah razão; continuo a não ver motivos para sujeitar este género de decisões à consulta popular - e não, não tem a ver com achar que ninguém está preparado para, consciência, analisar o Tratado; tem a ver com a dificuldade crescente de firmar qualquer espécie de acordo com os Governos de certos países, uma vez que as suas decisões em política externa vão ser julgadas à luz da qualidade do saneamento básico ou das estradas municipais.
Se calhar vão tirar-nos o Tratado de Lisboa. Já não está a ser porreiro, pá. Por mim, espera-se até que os eleitores irlandeses digam que sim. Marque-se novo referendo para o dia seguinte ao Dia de São Patrício, ou coisa parecida.
Que treta. Chamar "de Lisboa" a qualquer iniciativa europeia vai passar a ter um mau karma, se nos lembrarmos da Estratégia. Sinto-me, de certo modo, vingado; sempre fui a favor de um tratado com nome impronunciável, como Carvalhelhos ou São Gens. Isso sim, ter-nos-ia levado longe.
Para poupar tempo na leitura da imprensa:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1332208&idCanal=11 - Público
http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/europe/article4128055.ece - Times Online
http://www.elpais.com/articulo/internacional/primeros/resultados/apuntan/rechazo/Irlanda/Tratado/Lisboa/elpepuint/20080613elpepuint_13/Tes
El País
sexta-feira, 13 de junho de 2008
quinta-feira, 5 de junho de 2008
E acabou...
Já é oficial: Hillary Clinton vai anunciar no sábado que desiste da corrida à nomeação democrata, aproveitando o ensejo para manifestar o seu apoio a Obama...
Depois da campanha que também se fez aqui no blog, os parabéns são devidos não apenas a Obambi (como os republicanos agora lhe chamam - e que terá de concorrer contra McBush, como os democratas gostam de chamar a McCain), mas também ao Otto.
Pela minha parte, continuo a achar que Hillary seria uma melhor opção, mas rendo-me às evidências e só espero, agora, que Obama ganhe em Novembro. Se tal acontecer, não tanto por ser ele, mas, acima de tudo, por não ser um republicano, haverá, automaticamente, uma melhoria significativa da imagem externa dos EUA (e a percepção conta muito em relações internacionais). Outras coisas, espero, lhe seguirão: um afastamento das teorias unilateralistas; um regresso, enquanto interveniente activo, a vários fora multilaterais (abandonando o estatuto oficioso de observador que tem assumido nos últimos 8 anos); um maior empenho nas questões climáticas; uma revisão sensata da questão do envolvimento no Iraque (que não irá, certamente, corresponder às ideias radicais de retirada imediata que Obama agora propõe); um envolvimento ab initio no conflito israelo-palestiniano (e não reservado apenas para o final da Presidência - como Clinton e Bush fizeram), entre tantas outras coisas em que os EUA não só são precisos, mas são fundamentais.
Depois da campanha que também se fez aqui no blog, os parabéns são devidos não apenas a Obambi (como os republicanos agora lhe chamam - e que terá de concorrer contra McBush, como os democratas gostam de chamar a McCain), mas também ao Otto.
Pela minha parte, continuo a achar que Hillary seria uma melhor opção, mas rendo-me às evidências e só espero, agora, que Obama ganhe em Novembro. Se tal acontecer, não tanto por ser ele, mas, acima de tudo, por não ser um republicano, haverá, automaticamente, uma melhoria significativa da imagem externa dos EUA (e a percepção conta muito em relações internacionais). Outras coisas, espero, lhe seguirão: um afastamento das teorias unilateralistas; um regresso, enquanto interveniente activo, a vários fora multilaterais (abandonando o estatuto oficioso de observador que tem assumido nos últimos 8 anos); um maior empenho nas questões climáticas; uma revisão sensata da questão do envolvimento no Iraque (que não irá, certamente, corresponder às ideias radicais de retirada imediata que Obama agora propõe); um envolvimento ab initio no conflito israelo-palestiniano (e não reservado apenas para o final da Presidência - como Clinton e Bush fizeram), entre tantas outras coisas em que os EUA não só são precisos, mas são fundamentais.
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