Estes últimos dias têm sido férteis em actos eleitorais... Senão vejamos:
- Na Bielorrússia realizaram-se, ontem, eleições parlamentares. A OSCE deve dar o seu veredicto sobre a justeza e liberdade do escrutínio esta tarde, mas já se sabe que a oposição não conseguiu eleger nenhum dos seus candidatos(ver aqui). Não é, portanto, de Minsk que chegam quaisquer surpresas. Contudo, este é um acto eleitoral a seguir com atenção, não tanto pelos procedimentos, mas mais pelas consequências. A Rússia quererá, certamente, assegurar-se que Lukachenko não continua a aprofundar uma tímida aproximação ao Ocidente e este, em particular a UE, deverá tentar ler nas entrelinhas do relatório da OSCE uma qualquer mensagem positiva que permita uma também tímida aproximação à "última ditadura da Europa". Real politik oblige...
- Na Áustria a extrema-direita, no seu conjunto, conseguiu quase 30% dos votos (ver aqui). É o regresso de Haider (desta vez noutro partido). Só espero que a UE não ceda ao politicamente correcto, embarcando, como em 2000, num desastroso processo de imposição de sanções diplomáticas. Numa altura em que a democracia não vive, em alguns cantos do mundo, os seus melhores dias, dizer que o sistema só é bom quando elege um dos nossos não parece a melhor solução. Até porque, e pegando na teoria da vacina de Kissinger, que nos é tão próxima, os austríacos poderão aperceber-se, em breve, do enorme erro que é entregar o poder (ou mesmo parte dele) àqueles partidos.
- No Equador o Presidente Correa, amiguito de Chavez e sus muchachos, venceu o referendo à nova Constituição (ver aqui e aqui), que, entre outras pérolas, lhe permite candidatar-se a um outro mandato, dissolver o Congresso nos primeiros três anos do seu mandato (de quatro), abre a porta ao não pagamento da dívida externa e à nacionalização de algumas indústrias. É o socialismo à la América Latina...
Bons tempos, estes!
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