Demorou bastante tempo, para os padrões habituais, mas da Cimeira UE-China saiu, finalmente, uma Declaração Conjunta, com 16 páginas - como que a justificar o hiato temporal entre a realização da Cimeira (28 de Novembro) e a emissão da Declaração (hoje, 3 de Dezembro). Disponível aqui.
Um dos assuntos que marca a actualidade da região, e que foi alvo de declarações pelo PM Sócrates, é o referendo que o PM de Taiwan pretende organizar sobre o pedido de adesão à ONU (repetidamente recusado pela Organização em tentativas anteriores), substituindo Taipé a República Popular da China (que, recorde-se, apenas entrou na Organização em 1971).
Este referendo, como sublinhou a UE - e bem - em Pequim, é um perigo e uma ameaça à manutenção do statu quo. Para Taiwan é um tiro no pé, que não faz, racionalmente, qualquer sentido a um país a quem convém, a todo o custo, manter esse statu quo, evitar uma escalada nas tensões regionais e evitar, também a todo o custo, que aqueles que com ela trabalham e cooperam tenham de escolher definitivamente um lado. É evidente que, do ponto de vista de política interna, o referendo até pode fazer sentido. Mas, com os custos que este passo terá no plano externo, a bondade da sua execução deixa muito a desejar.
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