A religião, na Europa, é uma questão há muito arrumada, sendo encarada como reserva da vida privada de cada um, que em nada deve influir na vida pública. Não é líquido que, no quadro euro-atlântico, por exemplo, esta seja uma matriz absoluta - basta olharmos para os EUA! Mas Washington não quer entrar na UE e a Turquia quer. E se quiser, deve (não tem, até porque, em França, há quem não pense desta maneira, como se recordarão) permitir o uso do véu a todas as mulheres, quando e onde estas o desejarem.
Sinal de que a Turquia não é, ainda, "um dos nossos", é, portanto, o debate que opôs, nestes últimos dias, os defensores do véu (associados, erroneamente, a uma corrente islamizadora da sociedade) e os que acreditam que a proibição até ontem em vigor se justificava. Não é por se usar um véu em público que a sharia se aplica. E não é, certamente, pela proibição que se respeitam os direitos individuais dos cidadãos. Sabendo, por outro lado, que o ban travou muitas candidaturas a universidades, não será de pensar que a sua abolição até contribuirá para uma melhor integração das mulheres na sociedade?
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