Venho, espero eu, em companhia marcante. Segui com atenção a situação na Geórgia e fui coleccionando imagens, algo que, em relação à Geórgia, tenho descoberto o gosto de fazer. Não conheço o país, mas conheço-lhe o gosto em vexilologia e agora nos uniformes da polícia de choque. A Geórgia tem uma das bandeiras mais bonitas do mundo, resposta magnífica ao mau gosto que ganhou rédea solta depois do fim da URSS. E a polícia de choque impressiona. Olé aos fotógrafos naqueles dias conturbados.
Este foi o princípio da manifestação.
Falando mais a sério, Sacaachvili pode ser mau e ter instintos autoritários. Com esta polícia de choque, arrisca-se a ganhar o cognome de Darth Vader do Cáucaso. Mas, sinceramente, não lhe conheço alternativa e, mais importante, alternativa que convenha aos interesses do Ocidente, onde Portugal está. Sacaachvili quer à viva força a integração na NATO e na UE, para escapar ao abraço da Rússia; acredita, talvez, que assim respaldado consegue resolver a seu contento os conflitos da Ossétia do Sul e da Abcázia. Talvez. Eu declaro desde já que a integridade territorial da Geórgia é de todo o interesse para nós. Se já não gosto da balcanização dos Balcãs, que dizer da do Cáucaso...
Caberá aos georgianos decidir, e isso acontecerá, espero eu que com garantias democráticas, a 5 de Janeiro. Pode ser que uma tentativa de golpe seja abortada primeiro pela polícia e depois nas urnas. Algo de muito diferente daquilo que se faz noutros lugares, apesar de tudo. A Geórgia, e não só pelo bom gosto em bandeiras, merece melhor.
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