sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Jornalismo de intervenção
Homem a cavalo: "Soldados, o vosso objectivo é o Norte do Iraque! Em frente, maaaarche!"
Soldado 1: "Mas quem é este gajo? É um general?"
Soldado 2: "Náá - jornalista."
Retirado do muito interessante Istanbul la Turque.
O estudo da influência da Imprensa na definição e condução da política externa, e também das relações entre diplomatas, políticos e jornalistas, é apaixonante, e é algo que merece toda a atenção de quem se interessa pelos destino do seu país. Fenómeno ao mesmo tempo de manipulação das emoções massificadas e de passagem de mensagens mais subtis, encontramos os seus antecedentes mais imediatos nas guerras da unificação alemã (dos Ducados, Austro-Prussiana e Franco-Prussiana), em que o Chanceler Bismark utilizou não só a imprensa do seu país, mas em larga medida a alheia, para desencadear os acontecimentos que serviam os seus propósitos.
O exemplo clássico de uma guerra fabricada pelo spin jornalístico é a Hispano-Americana de 1898. Sobre essa guerra tão ignorada em Portugal vale a pena ler alguns capítulos de "Espanã en 1898, claves del desastre", (Galaxia Gutemberg - Círculo de Leitores) sob a coordenação de Pedro Laín Entralgo e Carlos Seco Serrano.
Em democracia, a política externa já não é coutada das chancelarias, nem de uma casta de entendidos... Mas não é, nem pode ser, um assunto como outro qualquer nas redacções ou nas régies. Todos os implicados precisam de tratar-se uns aos outros com luvas de pelica, sobretudo quando há vidas em jogo.
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