Quem tiver reparado em alguns dos meus remendos anteriores (i.e., Sebastião, Niccolo e o Consertista-Sem-Nome), terá notado que me interessa a temática dos países que ou se desagregam por si sós ou que são desagregados por outros.
Ora sói apontar ao país vizinho (não é Marrocos, é o outro) que ele mesmo integra essa lista, a dos países em desagregação. Razões há muitas, algumas mergulham mesmo no Jardim do Éden - há uma região oprimida pelo centralismo-imperialista de Madrid (não é a Catalunha, é a outra) que diz que a sua língua é aquela em que a Eva perguntou a Adão se lhe apetecia uma maçã. Por sinal, e pela mesma lógica, é aquela a língua em que o Demónio pela primeira vez faz a sua entrada na História e desgraça o ser humano. Não é um juízo de valor, é só uma nota.
Eu acho que o estilhaçar da Espanha, por cair no solo fértil dos nossos traumas portugueses, anda como as acções do Benfica: sobrevalorizado. É um tema que merece mais desenvolvimento e reflexão, claro, mas julgo poder falar por uma maioria esmagadora de compatriotas quando digo que não podemos reprimir um sorrizinho ao pensar em acontecer algo de ruim a nuestros hermanos. Nada de grave, que somos gente de brandos costumes, mas que os aborreça.
Dito isto, esta juventude, ao manifestar-se assim, dá provas de um espanholismo a toda a prova, de fazer chorar de orgulho grandes próceres da história da Espanha una, grande e livre. Como aliás, não me surpreendeu ver, numa caricatura aqui (há já algum tempo), Els Paissos Catalans unos, grandes e livres, recortados em oposição a Espanya, uma avantesma que, por sinal, não tinha fronteira a Ocidente e que chegava até Peniche... É nestas coisinhas pequenas que mostramos quem somos.
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2 comentários:
Vou confidenciar o que pensei enquanto lia este artigo: "Será que o Saramago já conhece este blog?"
España, pese a todo, no deja de ser un Gran País, como señaló San Isidoro. No será tan fácil despedazarla.......¡Hasta el rabo todo es toro........!
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