É como o sumário das aulas - vamos rever a matéria.
Em Espanha revêem-se os testemunhos da História que a Guerra Civil, e o regime que se lhe seguiu, deixaram por todo o país. São aos milhares os marcos toponímicos e as obras representativas de 36 anos de franquismo. A Lei da Memória Histórica quer retirá-los do quotidiano, em nome dos que sofreram e dos seus descendentes. A lei está redigida em termos abertos, mas o alvo é mais que evidente.
Certo ou errado? É uma das diferenças, parece-me, entre ter havido não uma revolução, como aqui, mas uma transição. Foi suave, em Espanha, o fim do regime. Talvez tenham escolhido as compressas, e não a amputação, para o seu passado problemático. Fico com a sensação de que agora é tarde.
Nos EUA, a Comissão de Relações Externas do Congresso decidiu que o Genocídio dos Arménios, em 1915, é verdade. Na Turquia não acham. A declaração não é, evidentemente, feita com base num interesse inocente pela verdade histórica.
Certo ou errado? Em política externa, os poderes das câmaras representativas é, na maioria dos países, o de votar tratados, aprovando-os ou não; não negoceiam instrumentos jurídicos internacionais, não dão instruções aos diplomatas, não se relacionam, em suma, com outros Estados. Agem a posteriori, sobre aquilo que o Executivo fez ou quer fazer.
Aqui o Congresso está a agir, ou antes, a opinar, a posteriori - quase 100 anos a posteriori. Acho que não conta como "emendar a mão", e não é grande serviço que está a prestar, nem ao seu país nem à Arménia.
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