quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Descubra as diferenças

Um dos obstáculos fundamentais, e que se aplica de forma igual a todos os candidatos sérios à nomeação, ao desenvolvimento e anúncio dos seus programas é o facto de ainda estarem a concorrer com os seus próprios compagnons de route. Não se pode correr o risco de apresentar uma frente completamente desunida ao eleitorado, sob pena de fragmentar o partido quando, afinal, do que se precisa é de união para as eleições de Novembro. Esta situação gera necessariamente silêncios e acanhamentos a que não assistiremos, naturalmente, depois de consolidadas as nomeações. Mas como Hillary e Obama estão no mesmo pé, não há que desenvolver o tema.

O Sebastião encontra falhas na posição do Obama, das quais, aparentemente, não sofre a Hillary. Não concordo. "Não basta pedir mudança. É preciso explicar como é que ela se vai processar." Está perfeito. Toda a razão. Mas ainda não vi a Hillary explicar melhor do que o Obama como é que vai mudar a Washington que ela conhece tão bem. Aliás, o título deste remendo inspirou-se precisamente nesta condição: em termos de programa, em que é que os dois Senadores se distinguem decisivamente? Sendo do mesmo partido, talvez nem tenham de se distinguir muito - o que até vai ao encontro daquilo que defendo. Ficam aqui os links para os programas eleitorais dos dois candidatos:



Talvez, então, a Hillary se distinga pela promessa de desempenho competente das funções, com base na experiência que acumulou. Talvez. Mas se falamos em promessa, acho que ainda estamos em fase de gostar de quem quisermos - ou que grandes vitórias obteve a Hillary ao longo de todo o tempo de que esteve em Washington, sendo Primeira Dama e depois senadora? Acho que em termos de desempenho de cargos executivos, Hillary e Obama estão empatados a 0.

O Obama, salvo erro, já passou 8 anos no Senado estadual do Illinois e 2 no Senado em Washington. É certo que é ainda mais outsider que os outsiders até agora. É-o, certamente, em relação a quem não se cansa de dizer que tem 35 anos de experiência de Washington; demonstrou-o, lapidarmente, ao responder à pergunta "Why do you keep talking about hope?" "I'm a black guy, called Barack Obama, running for President. You got to have hope".

Por fim, e parafraseando Brigitte Bardot: Quanto mais conheço a Hillary, mais gosto do Obama. Não sabemos muito da vida dele até aparecer na ribalta, é verdade; mas aquilo que conheço da Hillary, e não é pouco, malgré moi, é mais que suficiente para escolher.

A bem da pluralidade, devíamos fazer isto a dois candidatos republicanos - o que te parece, Sebastião? Prefiro não ficar com o Romney, pode ser?

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