terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Tem de ser (II)

Pois tem! Tremei sedes de campanha nos States, os consertistas tomam posição! Sem esperança de ter tanto impacto nas eleições americanas quanto teve A Capital (embora gostássemos da mesma publicidade), é muito bom que aqui assumamos as nossas preferências; quanto mais não seja porque as mesmas acabariam por transparecer dos nossos comentários, ou então sujeitar-nos-íamos a tamanhas voltas e reviravoltas no português que perderíamos mais tempo a ser equidistantes do que a... fazer o que fazemos aqui. Além disso, pessoalmente, dou-me mal com neutralidades e imparcialidades - normalmente são auto-atribuídas, e isto de supostas qualidades que decidimos assumir, a um dado momento, raramente sai bem. Não às torres de marfim, não aos falsos distanciamentos, não ao cinzentismo.

Porque é que I have a crush on Obama? (Quem não viu o vídeo que vá ver). Fiquei desperto para a existência política do senador Barack Obama no discurso que fez na Convenção dos Democratas em 2004. Não havia somente um jovem político bem falante e telegénico, havia algo mais, um misto de star quality e de estadismo. No final do discurso falou-se rapidamente em presidential hopeful. Muito do que Obama representa e apregoa baseia-se, fundamentalmente, e admito-o, na impressão que deixa em quem o ouve e vê.

Uma eleição do Obama representa a materialização daquilo que quem gosta dos Estados Unidos (como eu) espera neles encontrar: uma sociedade aberta, uma terra de oportunidades, seja para quem for, venha de quem vier. E essa mensagem de esperança é precisamente aquilo de que os EUA e o mundo precisam neste momento. Não passa a mensagem de ser um animal político, com cicatrizes de mil batalhas; traz uma imagem fresca, jovem e isso apela, porque batidos pela vida já estão os americanos há pelo menos 8 longos anos de W. Bush.

Falta arranhar este verniz do Obama, e ao longo da campanha acontecerá. Em conteúdo, Obama parece mais ser um motivador, um líder inspirado e inspirador, do que um homem que cerebralmente comanda a máquina do governo. Acho que isto também se adequa aos EUA - e adequar-se-ia lindamente a Portugal, já agora.

Quem sabe venha a desiludir, por falta de experiência ou de consistência, no futuro. Veremos. Mesmo assim, lá no fundo, acho que a grande maioria das pessoas (e é lá que eu estou) prefere lamentar amargamente a queda de um anjo do que aplaudir, porque inevitável, o coroar da ambição que se cultivou durante décadas.

2 comentários:

Unknown disse...

Não deixá de ser sintomático os "consertitas" se terem debruçado sobre "os seus" dois candidatos democratas e terem ignorado os republicanos ... uma vez mais parabéns e obrigado pelo vosso blog!

Otto disse...

Hum, é verdade... como vês, a verdade transparece. Com franqueza, nem descortino bem no campo republicano qualquer alternativa para a América, quanto mais para o mundo. Mas reservo-me o direito de mudar de opinião. Eu - e os demais - é que agradecemos a atenção, Henrique!