domingo, 27 de janeiro de 2008

E é um empate

2 a 2 é, neste momento, o resultado das primárias democratas: Obama ganhou o Iowa e, ontem, a Carolina do Sul (reportagens aqui e aqui), enquanto Hillary Clinton conquistou vitórias no New Hampshire e no Nevada.

Nesta fase do campeonato, tenho algumas dúvidas sobre o efeito esclarecedor da "Super Duper Tuesday" de 5 de Fevereiro, dada a diversidade dos Estados chamados a votar, assim como sobre o efeito da economia norte-americana nesta fase da campanha. Bill Clinton assegurou a vitória em 1992 num cenário de profunda crise e os eleitores podem recordar esse momento (e o período de prosperidade que se seguiu à sua eleição) e convertê-lo em votos para Hillary. Mas também podem considerar que a receita de então não é a cura de hoje e apostar na tão propalada "mudança" de Obama (da qual tenho muitas dúvidas, mas sobre isso já me pronunciei).

O cenário nesta fase não é, pois, de clarificação como alguns gostariam, até porque, em número de delegados, Obama tem uma vantagem proporcionalmente maior. John Edwards pode, neste campo, desempenhar um papel crucial se optar por desistir e decidir apoiar Clinton (cenário que me parece mais credível do que um endosso da candidatura de Obama).

No futuro, esta campanha será talvez recordada com a frase de Dickens ("it was the best of times, it was the worst of times"). O melhor dos tempos pela profusão de debates e de troca de ideias que tem permitido e o pior pelo tempo que demora, pela paciência que exige e pelos nervos que implica.

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